Translate

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Mal secreto

Se a cólera que espuma, a dor que mora
N'alma, e destrói cada ilusão que nasce
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;

Se se pudesse, o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo
Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!

(Raimundo Correia)

Um comentário:

Lingua,linguistica e literatura disse...

Lindo poema, nao conhecia
voce está de parabens pelo blog
depois visita o meu la
http://lingualinguisticaeliteratura.blogspot.com