E mais um ano que se passa... A infância e as brincadeiras com os amigos mais antigos ficam cada vez mais longe. O espelho reflete diferente do que mostra a carteira de identidade. Não que eu esteja velha, talvez eu ainda não tenha me adaptado à essa nova fase da vida, essa transição entre a adolescência lúdica e a maturidade compromissada/responsável.
Talvez meus olhos estejam me enganando... Talvez sejam eles que não querem ver a realidade e continuam a me mostrar a mesma menina-moleca de 5 anos atrás. Porque é só isso que eu vejo. Não que isso seja ruim, não mesmo, mas faz a adaptação ainda mais difícil.
Eu lembro que quando tinha meus 12, 13 anos queria que o tempo passasse bem depressa pra chegar bem rápido na maioridade legal e poder fazer tudo que eu queria... Os 18 anos chegaram e nem esquentaram lugar, foram embora antes que eu visse... E os 19. E os 20. E também os 21, que se despedem de mim hoje prometendo nunca mais voltar. E não voltam.
Talvez eu viva o suficiente pra ver uma máquina do tempo ser construída e por apenas um dia, nada mais, eu possa voltar em uma tarde no ensino fundamental, quando minhas maiores preocupações eram escolher quem ia entrar no time de handball na aula de educação física e se o meu sweetheart tinha ido a escola, só pra poder paquerá-lo um pouquinho mais. Bons tempos aqueles, tão bons que me fazem ser clichê ao ponto de dizer "Eu era feliz e não sabia...!". É, eu sei, um pouco de ilusão esse negócio de máquina do tempo.
Minha vida é boa, eu não tenho do que reclamar: boa faculdade; bons amigos; boa família; relacionamentos sólidos; metas estabelecidas, algumas já alcançadas, outras a um passo de serem alcançadas... E problema não é a idade que chega, e sim que os anos passam despercebidos e quando se vê, puft! se foram!
Mas basta de lamentações, hã?! Os 30 ainda estão longe pra eu começar uma crise existencial. Sejam bem vindos, 22 anos!
Gláucia Martini
2 comentários:
Simplesmente linda! Adorei.
Brigada! =)
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