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segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Década

Eu te amo.
Não, eu não tô ficando doida ou revivendo passado... Eu só te amo. Mas eu não gosto mais de você. Quer dizer, eu gosto, mas não do jeito que eu costumava gostar. Eu te amei tanto no passado que chegava a doer o peito. Dor física mesmo. Achava que eu morreria se não tivesse você por perto. Bom, não morri, mas durante muito tempo eu quis. Mas não é sobre isso que eu quero falar hoje. Esses dias fez dez anos que nós nos conhecemos... Outubro de 2006... Faz tempo, né?! E eu te amei cada dia que se passou desde então. Você foi o amor da minha vida! Bom, o primeiro, pelo menos... Eu não acredito que nós tenhamos só um amor da vida. E, queira ou não, você vai ser sempre o primeiro amor da minha vida. 
Muita coisa aconteceu nesses 10 anos. Eu cresci a beça! E me tornei uma pessoa melhor. E muito disso foi influência sua. Muito mais foi por ter te perdido. Quer dizer, eu não te perdi. Eu ainda te tenho. Nós ainda nos temos. Temos o que ficou. Temos os ombros um do outro pra chorar, mesmo se nem sempre os usamos... 
Hoje eu sou feliz com o passado, fiz as pazes com o tempo, aprendi o que era pra ser aprendido e sou feliz por você ser feliz. Mas eu ainda te amo. E vou te amar eternamente. Porque amor não acaba. Ele muda, se transforma em outras coisas, se reconfigura. Mas não acaba. 
Eu só queria que você soubesse disso. Soubesse o quanto você significou pra mim. Soubesse o quanto você me fez melhor. Soubesse que eu te quero tanto bem. Soubesse que eu fico feliz se você está feliz. Soubesse que eu tô aqui e que nenhum de nós dois precisa passar pelos problemas da vida sozinhos. Soubesse que eu te amo. Soubesse que eu lutaria uma guerra por você. 
Eu ainda te amo. E é isso. 
G. Martini

sábado, 2 de abril de 2016

Lost star

Everybody leaves. That's an awful truth. But even so, it's one of the certainties we have in life. Everybody fucking leaves. Sooner or later. By choice or need. Everybody just goes away at some point.
And when they do, what do we have left? Shares of a past. Shares of love. Hate. Disappointment. Sorrow. Nothing. Sometimes, everything. 
What I know is that, when someone just goes, it's because they're not so interested anymore. So, why go after people that don't want us around? Why go after people that think we're just not worth it? 
'Cause we're fools. 'Cause we need approval. 'Cause we need to be loved.
But we shouldn't have to beg for love, it should be for free, ya know?! It's one of the greatest things in the world, if not the greatest, so why does it come with so many rules? Why can't people just share love around not caring about the rest?
It's a pity. It's trully a pity. 
Sometimes it hurts feeling like that in a world where nobody does the same. People are so self-centered that they can't see the pain in others, they can't let it go from mistakes, they can't just understand that we're just humans and we still have so much to evolve.
We're so used to the mess our lives had become and, at the end of the day, when we put our heads on our pillows and we're all alone and the only thing we can think about it's our mistakes, at this very moment, the world feels so big and we feel so small and we realize we're never gonna make any difference anywhere, 'cause we're meant to be alone. We were born alone, we live alone and we're gonna die alone. That's the truth. 
Just tired, ya know. Tired of being everybody's safe heaven while I'm just drifting in the middle of the ocean with only the stars to guide me through life. And then I realize that they're up there, all alone, and they shine the brightest. Maybe I'm just a lost star...
G. Martini

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Para meu Ex Amor


Eu já sofri com amor. E já sofri por amor. E eu pensei que nunca mais fosse amar de novo. Mas passou e, quando eu menos esperava, estava eu lá, apaixonada. 
Durou pouco. Pouco até demais... Você nem esquentou lugar, Ex Amor. Você chegou tirando tudo do lugar, minha sanidade, meus pés do chão, meus medos, meus receios. E, de repente, puft! Você se tirou do lugar e deixou uma puta bagunça aqui. Estou arrumando aos poucos... Tá bem difícil, muito caco espalhado... Mas eu me convenci de que chorar não resolve nada. Não resolveu antes, não vai resolver agora. 
Ex Amor já encontrou outra pra amar... Não esperou nem o seu travesseiro perder meu cheiro, ou a cama esfriar. O cheiro dele também não saiu daqui. Nem o gosto. Nem o sorriso. Nem o conforto do ombro magro mas, surpreendentemente, aconchegante. 
Raiva. Frustração. Ex Amor deixou isso também. Esse aperto ruim que mistura as lembranças boas com toda a dor lancinate do depois. Esse gosto amargo na boca. Gosto de coração partido. 
Ex Amor mentiu. Disse que me amava. Que era feliz comigo. Me pedia pra não enjoar dele. Pra não ir embora nunca mais. E aí ele me mandou embora... Vai entender... Ex Amor nunca fez muito sentido mesmo, sempre foi paradoxal. 
Ex Amor agora é uma lembrança num passado recente. Ou, pelo menos, é isso que eu quero que ele seja. Lembrança. Melhor, nem lembrança. Que ele seja um sonho ruim que depois de um tempo a gente para de sonhar, sabe pesadelo de criança?! Então. 
Ex Amor, Atual Amor, não sei direito... Seja o que for, não quero nenhum dos dois. Não mais. Quero o frescor da manhã batendo no meu rosto e trazendo boas novas. Quero a brisa do mar trazendo novos Amores. Mas que sejam certos, dessa vez... Não sei ao certo quantas vezes ainda dá pra colar meu coração... 

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Perdas.

E a gente acaba se perdendo... Perdendo o jeito, perdendo a espontaneidade, perdendo a leveza de simplesmente ser...
É triste crescer e perceber que, muitas vezes, é necessário forçar um sorriso; sorriso esse que saía quase sem controle em uma época da vida. Hoje é tudo mais controlado. 
Acho que o medo de partir corações e de ter seus próprios corações partidos faz todo mundo tão cauteloso, tão insensível, tão frio. E a ironia é a beleza disso. 
Na verdade, está todo mundo com medo de viver. Mas viver mesmo, sem pensar no depois. Aquela droga de 'politicamente correto' que tenta fazer tudo mundo certinho, respeitando o espaço do outro, fingindo ser agradável, fingindo não sentir nada. Onde fica a paixão nesse discurso todo? A impulsividade? Nas comédias românticas, eu acho. 
Digam o que disserem, mas não tem nada mais lindo na vida de alguém que as tolices que se faz quando jovem, antes de se decepcionar de verdade com alguém pela primeira vez. Eu me lembro das minhas. Nada tão fora de juízo assim, mas aquelas coisas de adolescente, sabe?! Beijar o melhor amigo na escada da escola, sem medo de estragar a amizade; correr na chuva e pular dentro de toda e qualquer poça d'água encontrada no caminho; apertar a campainha e subir a rua correndo pra ninguém ver quem foi; dizer que ama sem esperar um 'eu também' como resposta; escrever cartinhas de amor e nunca entregar; não ter medo de se passar por bobo. Eu nunca fui tão sábia como naquela época quando todo mundo dizia que eu não sabia nada da vida. 
Talvez a magia seja realmente essa. Esquecer tudo que nós aprendemos como  'o certo a se fazer' e ser mais infantis. Dane-se se meu coração vai se partir e eu vou ficar na fossa por algum tempo; dane-se se eu posso me decepcionar feio com alguém em quem eu escolhi confiar; dane-se se chocolate dá espinhas; dane-se se vão me ver como uma idiota; dane-se... Eu quero aquela moleca de volta! Aquela menina sem maquiagem, despenteada, com unha sem fazer, calça rasgada, tênis sujo. Aquela criatura que não se encaixava em nada, e que não se importava com isso. Eu quero aquela leveza de volta. 
Mas nem sempre a gente consegue o que quer, certo?!

Gláucia Martini

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Liberdade

Liberdade é um conceito relativo. 
Para uns, liberdade é poder ser, pensar, agir, sem se preocupar com punições divinas ou olhares repressores. Para outros, é poder sorrir sem se esconder por detrás das mãos, poder chorar sem segurar as lágrimas. Para uma outra parte, é direito de amar quem quiser, independente do sexo, religião, nacionalidade. Para alguns outros é o direito de não se encaixar, de não se rotular. Para a maioria é o direito de ir e vir quando quiser e onde quiser. Para o dicionário, é "1 Estado de pessoa livre e isenta de restrição externa ou coação física ou moral. 2 Poder de exercer livremente a sua vontade.". E ainda tem os que acreditam que liberdade é voar. 
Para mim, liberdade é me encantar com sorrisos que não sejam seus. 
Me sinto livre, afinal!
Gláucia Martini

sábado, 6 de outubro de 2012

Pra quem você costumava ser

Eu ainda me perco no seu olhar. No seu cheiro. Na lembrança do seu gosto. Na lembrança das suas mãos firmes e decididas me segurando forte. Fosse por vontade ou por proteção. Eu ainda me perco em você.
Eu ainda não encontrei alvejante forte o suficiente pra tirar você das minhas roupas, dos meus lençóis. Pra tirar o seu suor das minhas entranhas. Pra tirar você de mim. 
Eu ainda me derreto toda por você. Eu ainda perco a razão, o chão, as minhas convicções... Eu perco a concentração. Eu perco meu mundo. E ganho o céu. 
Mas eu perdi você. Eu perdi o que você era pra mim. Eu perdi o brilho nos seus olhos. O gosto da sua boca. Do seu corpo. O encaixe das suas mãos nas minhas costas. Das suas pernas nas minhas. A sintonia das nossas línguas. A sincronia das nossas almas. 
Agora você é só... Só mais uma lembrança de quando eu era feliz. Só mais uma idealização. Só imagens. Fotos. Ingressos do cinema. Cartas. Brigas. Reconciliações. Livros. O cheiro no meu travesseiro. 
Agora você é só esses olhos cheios de lembranças perdidas em algum canto escuro da alma. Você é a representação perfeita da minha loucura. Da minha insanidade. A razão dos meus choros mais doídos. Das minhas mágoas mais profundas. Você é o culpado por todas as vezes que eu quis sumir no mundo. Culpado por todas as vezes que eu desacreditei. Por minha desconfiança. Meu muro na alma. 
Você me quebrou. Agora eu não tenho mais conserto. Eu vou ter sempre essa rachadura. Onde quer que eu vá. Com quer que eu esteja. Vai sempre faltar essa lasca no meu peito. 
Vai sempre faltar você. 
Mas nem você sabe mais onde se encontrar...

Gláucia Martini

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Adeus

Voltar pra casa. Uma alegria. Rever a família. Rever os amigos. O medo do avião. A tristeza de deixar os novos amigos pra trás. Fazer as malas. 
Uma mescla de sentimentos e sensações, amores e dores, alegrias e lágrimas, tudo dentro das malas. 
Cheiros, cores, sorrisos, gostos, viagens incríveis, todas as cervejas e os sex on the beach tomados com os amigos, abraços, beijos, fofocas, conversas até as 3 da madrugada, caronas pra casa, presentes, presenças... tudo dentro das malas. 
É difícil achar espaço pra roupas e sapatos quando se tem uma mala cheia de boas recordações. Cheia de expectativas. Cheia de lágrimas que já caíram, que estão por cair e cheia daquelas lágrimas que jamais deixarão o canto escuro do coração, onde ninguém ousa pisar. 
É difícil fechar a mala quando todos os sentimentos transbordam os limites. Quando tudo é tão intenso. Quando tudo é tão incerto.
A incerteza de nunca mais ver pessoas queridas não entra fácil dentro da mala, sabe?! É preciso muito empurra daqui, empurra dali, senta em cima aqui, senta em cima acolá. E mesmo com toda essa luta, não cabe tudo... Alguns desses sentimentos a gente coloca no bolso pra ressentir no avião a caminho de casa. São 14 horas de voo, tem tempo de sobra... 
Junto com as lágrimas nos olhos, prontas para escapar, as promessas de um dia voltar, nem que seja pra uma visita rápida... Mas quem garante? E se a vida acontecer e coisas mais importantes surgirem no caminho? Mais uma coisa com a qual eu tenho que lidar... 
O peso das bagagens não é nada comparado ao peso do adeus... Aliás, eu ainda não encontrei balança grande o suficiente pra pesar uma despedida. 
Mas daqui a pouco isso passa... Depois de alguns filmes e muitas músicas no avião, finalmente chega a hora em que o rádio avisa pra colocar o cinto de segurança porque daqui a pouco começa a aterrissagem. E aí vem de novo o medo do avião. Mas passa. 
E depois resta a alegria de pisar em terras firmes e conhecidas e a nostalgia do inverno frio e feliz do ano passado. 

Gláucia Martini