Arrivederci, Italia!

E meu ano longe de casa está por acabar... 

São 11 meses e 15 dias de, principalmente, muitas descobertas. E hoje, faltando pouco pra entrar no avião e aterrissar no Galeão, eu olho pra trás e só consigo sentir um orgulho enorme de mim mesma e uma saudade gigante de coisas que eu nunca soube apreciar bem... 

Eu sinto saudades da minha família... Não do que a sociedade chama "família", mas do que EU chamo "família": minha mãe, minha vó, meu padrasto, meus animais, meus primos, meus tios, meu meio-avô, meus amigos, meus irmãos (sejam consanguíneos ou não), meus vizinhos, meus amigos do trabalho... Eu nunca percebi o quanto eu tinha tudo. E ainda tenho! E o mais bonito é que eu posso voltar pra casa e reencontrar tudo e todos de novo e poder agradecer ao universo todos os dias por todas essas alegrias. 

Mas minha partida não será só sorrisos... Eu deixo aqui um pedaço de mim, em cada única pessoa que eu conheci e que fizeram desse ano um dos mais especiais da minha vida. Se não fosse pelos queridos amigos que eu encontrei aqui, eu não teria sido capaz de sobreviver todo esse tempo em plena sanidade mental e emocional. 

Eu trago pra casa os olhos cheios de lágrimas por deixar um país que me acolheu tão bem e que me ensinou que a gente pode ter vários lares, e que família é aquele grupo de pessoas que não precisam compartilhar DNA com a gente, basta compartilhar sorrisos, alegrias, tristezas, abraços, cervejas, amor. 

E eu sou a pessoa mais sortuda do mundo, porque eu tenho uma família gigantesca e em duas partes do mundo. 

Obrigada a todos por todo o amor, carinho, apoio e pensamento positivo, sem vocês eu não teria conseguido. E é com o coração apertado de alegria, saudade, nostalgia e com os olhos úmidos que eu digo:

"Mãe, prepara minha cama que em 1 mês eu tô voltando pra casa..."

Arrivederci, Italia!! 

Gláucia Martini